Ecologia Humana - Casa de Euterpe
O planeta está sendo destruído.
Para ratificar esse enunciado, há
notícias de todos os naipes e em todos os veículos de comunicação.
São notas acerca de desastres
ambientais, animais em extinção, aquecimento global, florestas em fase de
destruição, poluição dos mares, derretimento de geleiras.
Diante desse cenário, proliferam
movimentos ambientalistas com o objetivo de proteger baleias,
micos-leões-dourados e muitos outros animais em risco de extinção. Há movimentos
também de proteção de animais que, ainda que não estejam em extinção, são
utilizados em pesquisas farmacêuticas e industriais.
Grupos se organizam para combater a
extrema poluição que devasta a Terra, bem como para preservar as nascentes de
água, entre outras bandeiras, todas elas ecológicas e globais.
É imensamente gratificante ver que
existem seres humanos preocupados com alguma coisa que vá para além dele
próprio. Preocupados com o bem-estar em nível planetário e não apenas com sua
própria sobrevivência. Tal cenário nos deixa menos perplexos diante das
situações de devastação que ocorrem diante de nossos olhos, todos os dias.
Todavia, gostaria de chamar atenção para
o fato de que pouco ou nada se discute acerca da causa de tal situação crítica
à qual chegamos ao longo de centenas de anos. Não se discute porque cometemos e
estamos a cometer atos que, ao final, repercutirão em desfavor de toda a
humanidade. Não se discute o que leva o homem a incendiar uma floresta em nome
do desenvolvimento da produção agrícola ou o que o leva a poluir um manancial de
água em nome da civilização e do progresso.
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Art by Holly Sierra |
Penso que sem essa discussão e a
consequente adoção de soluções para debelar as causas desse desequilíbrio, o
resultado que se alcançará será sempre temporário, jamais permanente.
Penso também que o fator fundamental que
leva o homem a se autodestruir é a decadência moral, concretizada quando
deixamos de abrigar os valores fundamentais que nos alicerçam como seres
humanos.
É de pouca valia a preservação dos mananciais
para que não morram de sede seres humanos egoístas, materialistas e perversos.
É de pouca valia a luta pelo controle do
aquecimento global para que seres humanos amorais possam viver confortavelmente
suas existências, pois não há realmente vida nessa situação.
Ainda, é de pouca valia a preservação da
fauna e da flora sem que nós, homens e mulheres, preservemos em nosso mais
profundo interior, a generosidade, o altruísmo, a bondade, a justiça, a beleza.
É urgente uma reavaliação do que nos
move, do que nos impulsiona, de nossas reais intenções. Não é razoável
levantarmos bandeiras de preservação ambiental quando não somos capazes de
preservar a convivência, a amizade, o amor em relação ao nosso semelhante.
Dessa forma, penso que precisamos realmente
enfatizar a ecologia, mas a ecologia humana. Penso que necessitamos, sim, desesperadamente
de um movimento ecológico, mas de um movimento ecológico que vise a preservar
aquilo que realmente está se extinguindo: o ser humano, aquele que verdadeira e
conscientemente pode ser denominado de Ser Humano porque tem seus fundamentos
alicerçados na generosidade e não no egoísmo; na fraternidade e não na
dissensão; na união e não na desagregação; no Espírito e não na matéria...
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