Uma Abordagem Astrológica - Casa de Euterpe
"A fim de alcançar o verdadeiro significado da
Alquimia e da Astrologia, é necessário ter uma clara concepção da íntima
relação e identidade do microcosmo e do macrocosmo e de sua interação. Todas as
forças do universo estão potencialmente presentes no homem e em seu corpo, e
todos os órgãos humanos nada mais são do que produtos e representantes dos
poderes da natureza.”
Paracelso
1.
Introdução
A Astrologia
é uma entre as várias formas de encontrar respostas ao sentido da vida. É uma
verdade que está girando ao redor de nós mesmos, ao redor desse eterno
desconhecido que sempre levamos conosco e que nunca terminamos de encontrar.
A Astrologia
é uma ciência muito velha e incompreendida, que não deixa de provocar em nós a
necessidade de investigação. Filósofos e cientistas da antiguidade, verdadeiros
pensadores, dedicaram suas vidas inteiras ao estudo da Astrologia.
Seu nome –
Astrologia – Astro-Logos, significa o estudo de uma série de fenômenos
celestes, da constituição dos astros, relacionando-os com o ser humano, com os acontecimentos
terrestres, individuais e coletivos; certamente, com o ser humano.
De uma
maneira geral, poderíamos dizer que a Astrologia aborda o estudo da natureza e
o destino do homem em relação ao momento no qual ele nasceu. Mas não se trata
de adivinhar, e sim de estudar; de procurar relações, de compreender o porquê
dessas relações.
Hoje, não
encontramos uma linguagem suficientemente cientifica para descrevê-la, mas de
fato existem certas conjunções astrais e certas tendências humanas. As
estatísticas demonstram, nos agrade ou não, que entre os astros e os homens
existe uma relação.
Que tipo de
relação?
Para
responder essa questão, recorreremos à Astrologia simbólica que está baseada em
um princípio muito antigo que é o da correspondência entre o que está acima e o
que está abaixo (Caibalion), ou seja, a relação entre o macrocosmo – o grande
Cosmos –e o microcosmo – o homem. Estas duas entidades são semelhantes, ainda
que possuam distintas dimensões; mas como são similares, apresentam grande
quantidade de analogias.
Helena P.
Blavatsky afirma que o Universo é um enorme ser vivo com uma Alma, e por essa
razão encontramos nesta unidade uma semelhança conosco.
Plotino
afirma que não é necessário que dois corpos estejam próximos um do outro para
que exerçam mútua influência. Apenas é necessário que exista simpatia entre
eles.
Entre os
astros e o homem existe simpatia, não importa quanta distância haja entre eles;
o que é preciso é que vibrem em conjunto ou que possuam a mesma natureza
essencial.
De acordo com
antigos ensinamentos, o grande Cosmos é como um grande corpo humano, com seus
distintos órgãos e extremidades que se movem segundo suas próprias
características. Assim, Cosmos e homem possuem, sim, a mesma natureza essencial.
Se olharmos
para um bailarino dançando é possível que verifiquemos que quando há um braço
estendido para cima, também estará voltado para cima seu olhar. Os movimentos
não se produzem solitariamente, mas estão relacionados e obedecem a mesma
função global.
Com esse
mesmo critério, se os astros movem-se como se fossem braços de bailarino, os
homens o fazem como se fossem o olhar, não porque os astros impulsionem os
homens, mas, sim, porque nos deslocamos de maneira conjunta dentro da grande
totalidade, devido a afinidade e a identidade de nossas naturezas.
Paracelso, o
grande médico mago-alquimista, afirmava que entre o plano estelar e o homem há
uma relação como se todos os corpos celestes que vemos no firmamento tivessem
dentro de nós mesmos uma cópia exata. Em cada ser humano há um Sol, uma Lua, um
Marte, um Saturno, um Vênus etc., e quando aquele vibra, o outro se comove.
Além disso, cientistas
modernos, da escola francesa de Astrologia, declararam, por meio de
estatísticas, que um bebê planeja o momento de seu nascimento: não possui um
caráter formado porque nasceu em determinado dia, mas nasce em certo momento
porque terá de se expressar com seu caráter que é como é, e não pode ser de
outra maneira.
Somos o
resultado do que fomos antes e nos expressaremos de uma única forma e apenas
dessa; portanto, nascemos no único momento em que os astros exteriores estão em
concordância com os astros interiores. Isso explica porque a Astrologia
assinala, desde o começo, qual é o caminho dos seres humanos segundo o momento
determinado em que nasceram.
Não podemos
confundir essa concordância com determinismo. Se os astros indicam em seu
movimento algum ascendente entre os seres humanos, não se trata de uma marca
absoluta, que permite que nos manifestemos de apenas uma maneira, mas dá-nos
uma liberdade de seguir múltiplos caminhos. Assim, se o homem desenvolver a
personalidade, a vontade e aprender a mover-se por impulso e meios próprios é
muito provável que, ao invés de ser arrastado pelo movimento dos astros, caminhe
harmonicamente com eles.
De tudo isso,
deduzimos que a Astrologia tem uma linguagem própria: o símbolo. Este é vital para o homem. É sua linguagem mais profunda,
mais interna e mais substancial, pois é manejado no fundo de todas as
expressões afetivas e mentais.
A partir
dessa visão é que enxergaremos o Zodíaco. Essa franja, com suas doze divisões e
seus doze signos é, na realidade, um conjunto de astros que existem, vibram e
se movem em total harmonia com toda a nossa atividade. Imaginemos o mundo vivo
do céu e o nosso próprio mundo terrestre.
Neste
momento, não consideraremos os signos quanto à sua história e nem a sua relação
com planetas, divindades, metais, perfumes, plantas ou animais. Interessa-nos,
agora, os signos em relação à Psicologia e ao caráter do homem. A antiga
Astrologia deixou-nos retratos práticos muito úteis.
2. O Zodíaco, os Elementos e as Modalidades
2.1. O Zodíaco
O Zodíaco representa o círculo da
vida. A jornada do Sol através do ano é um drama de nascimento (primavera), atividade
(verão), morte (outono) e renascimento (inverno).
Os quatro pontos principais são os
equinócios e os solstícios:




Assim, o Zodíaco significa todo o
processo de desenvolvimento da consciência humana. Esse ciclo sazonal é formado
por dois princípios opostos: a Força do Dia e a Força da Noite.
A Força do Dia é essencialmente
individualista e representa o crescimento do ego, enquanto a Força da Noite é
coletiva e mede nossa integração com unidades sociais e espirituais maiores.
Assim, a roda pode ser dividida em
quatro quadrantes:




2.2. Os Elementos (temperamento básico)
Jung acreditava que os quatro
elementos componentes da realidade psíquica da astrologia simbolizavam as quatro
funções que governam a psique humana:




Cada um de nós desenvolve uma dessas
quatro funções em um grau mais alto do que as outras; essa é a nossa função
dominante. Seu oposto torna-se automaticamente nossa função inferior,
representando um modo de julgar ou perceber que é nosso ponto cego, parte de
nosso ser não desenvolvida.
É importante salientar que nenhuma
função é melhor que outra. Todas as quatro têm qualidades necessárias à
percepção holística e à avaliação do mundo.
2.2.1. Fogo (intuição)
A intuição é o ponto forte deste
tipo. Tal como acontece com o tipo sensorial, ele é considerado irracional no sentido
de não julgar. Mas este difere do anterior pelo fato da sua percepção ser
baseada em conceitos mentais ou espirituais. Adquire o seu conhecimento não por
acumular e catalogar fatos, mas sim pelo entendimento espontâneo que emerge na
consciência.
O fogo é o elemento astrológico do
tipo intuitivo. Áries,
Leão e Sagitário são os signos do zodíaco que pertencem ao fogo.
As pessoas com predominância de signos do fogo tendem a inflamar-se facilmente.
A sua espontaneidade é quase proverbial. Áries vê acima de tudo a ação,
deixando todo o resto de lado. Os do signo de Leão são conhecidos por serem tão
diretos e imediatos quanto uma criança. Aqueles cuja carta astral é dominada
por Sagitário vivem o mundo através de um conhecimento visionário.
O indivíduo com uma função intuitiva
dominante corre o risco de ver-se limitado pelos duros fatos da realidade. Se,
no seu fervor, ele ignora as limitações do material, a sua energia espiritual anula-se.
A sua devoção e visão de longo alcance podem fazer com que ignore aquilo que é
óbvio. Grandes visões permanecem no mundo da mente, insatisfeitas.
O semideus Prometeu trouxe o fogo até
aos humanos, o qual é a fonte do seu desenvolvimento espiritual e mental. Mas
se este fogo não tivesse sido utilizado de forma prática, ele teria sido inútil
e desapareceria sem deixar rasto. Neste aspecto, é importante para o tipo fogo
não se isolar em esferas espirituais, e sim valorizar e cultivar as funções opostas
da sensação e do realismo.
2.2.2. Água (sentimento)
O tipo sentimental é o pólo oposto do
tipo pensante. Seguindo o princípio "os opostos atraem-se" é comum
membros de ambos os tipos sentirem-se fascinados um pelo outro. Tal como faz com
a função do pensamento, Jung chama à função do sentimento de
"racional". Esta se difere da primeira por avaliar situações e
pessoas por meio de critérios emocionais. Este tipo é muito sensível a estados
de espírito e a ambientes.
Em Astrologia, o horóscopo do tipo
sentimental mostrará uma predominância dos signos
da água, Câncer,
Escorpião e Peixes. Estes três signos aproximam-se do seu
meio-ambiente de um ponto de vista emocional. Os tipos de água agem normalmente
conforme as suas emoções, mais do que por argumentos racionais. O mais
importante para si é o bem-estar pessoal – o deles próprios, bem como o dos
outros. Intuição, compaixão e empatia, por exemplo, são típicos dos signos Câncer
e Peixes.
O indivíduo com uma predominância do
elemento água é, ao contrário do tipo ar, dotado do talento de estar aberto à
dimensão do inconsciente. Os sonhos e a imaginação são-lhe particularmente
importantes. O Escorpião, por exemplo, está ligado ao instintivo, ao lado
obscuro da vida.
Se a função do sentimento se encontra
excessivamente desenvolvida em uma pessoa, esta corre o risco de se afastar
completamente do mundo dos pensamentos. É controlada por impulsos subjetivos não
aceitando a razão como uma medida válida. Ainda que as reações do tipo água a
situações pessoais sejam na sua maioria infalivelmente exatas e apropriadas (Liz
Greene), é imprescindível que estas pessoas aceitem a importância do mundo
da lógica.
2.2.3. Ar (pensamento)
O tipo pensante tem o pensamento como
função predominante. Este indivíduo vê o mundo de forma racional. Analisam tudo
de acordo com a lógica das leis aristotélicas e fazem as suas avaliações usando
critérios objetivos. Tendem a categorizar os fenômenos do seu meio-ambiente. É
bom a fazer e a receber críticas, a tirar conclusões ou a encontrar evidências.
Astrologicamente falando, esta função
reflete-se nos signos do ar Gêmeos, Libra e Aquário. Em Relacionamentos
Liz
Greene aponta para o facto de no zodíaco o elemento
ar ser o único que não é representado por animais. Gêmeos e Aquário são
figuras humanas e Libra é um instrumento de medição objetiva. Liz Greene
escreve:
O ar é o elemento tipicamente humano,
o mais afastado da natureza instintiva e é justamente o reino humano que, nos
últimos duzentos anos, tem desenvolvido ou desenvolvido em excesso o pensamento
como o seu grande dom.
Se em um horóscopo mais que um
planeta e/ou o ascendente encontram-se em signos do ar, o indivíduo compreenderá
o seu meio-ambiente principalmente por meio da mente racional. Interessa-se por
discussões racionais, não por sentimentos. Com uma predominância do elemento
ar, a função do sentimento permanece freqüentemente subdesenvolvida. Poderá
ser-lhe difícil decidir algo em "nível visceral" ou aceitar critérios
subjetivos. Poderão existir dificuldades em mostrar emoções ou em reagir de
forma emocional.
Uma função demasiado desenvolvida do
pensamento que ignora as outras funções leva a uma frieza emocional, falta de
imaginação e a uma forte instabilidade.
2.2.4. Terra (sensação)
O tipo sensorial de Jung representa
um dos dois modos irracionais de percepção. "Irracional" não é aqui
usado com sentido depreciativo – o que somos tentados a fazer nesta nossa era
dirigida pelo pensamento objetivo. Significa simplesmente que esta função não
julga as coisas. Este indivíduo chega a um entendimento por meio dos seus
sentidos. Ele conta com aquilo que vê, ouve, toca, saboreia e cheira.
Poderíamos chamá-lo o realista entre todos os tipos, o mais
"terra-a-terra".
Em astrologia a função da sensação é
representada pelos signos do elemento
terra, Touro,
Virgem e Capricórnio. Estes signos interessam-se pelo que é real ou
concreto. Agarram-se às coisas, no verdadeiro sentido da palavra. A pessoa do
elemento terra colhe os estímulos do seu meio-ambiente e categoriza-os. É
prática e sóbria. O material e o físico são o seu domínio. É aqui que ele é
forte e tem um bom sentido do que é praticável e apropriado.
O tipo terra pode confiar nos seus
sentidos sem sequer se perguntar se "faz sentido". Ele é menos aberto
à dimensão do significado do que o seu oposto, o tipo intuitivo. Um exemplo: os
dois passeiam juntos pelo bosque. Enquanto a pessoa intuitiva aprecia o poder
simbólico da mãe natureza, a pessoa do tipo terra medirá as árvores,
considerando talvez o seu valor para construir mobília.
Uma pessoa que só consegue ver as
coisas materiais perde facilmente a sua ligação com o todo. Se lhe perguntarem
pelo significado da vida, talvez encolha os ombros. Rodeado de coisas, ele não
pensa a respeito do seu significado. Por esta razão, é fascinado – positiva ou
negativamente – por pessoas do tipo intuitivo. Para que não desperdice o seu
lado mental ou espiritual, necessita de expandir a sua visão da realidade
2.3. As Modalidades (modos de expressão)
Cada signo pode ser classificado de
acordo com o seu elemento e segundo seu modo.
Os três modos de classificação dos
signos – cardinal, fixo e mutável – correspondem com bastante exatidão às três gunas: rajas (atividade), tamas (inércia)
e sattva (espírito ou harmonia),
respectivamente.
2.3.1. Cardinal (força centrífuga)
Os signos cardinais (Áries, Câncer,
Libra, Capricórnio) iniciam a energia. Seu poder dirige, é a vontade de agir. Arremetem para frente
e tudo o que se pode fazer é sair do caminho deles.
Entre as três gunas, o modo cardinal corresponde a rajas. Assim, as pessoas cujos horóscopos trazem ênfase nos signos
cardinais estão no caminho da ação.
Signos cardinais são como o
primogênito de uma família – levados a realizar ou perseguir uma visão que está
praticamente fora de alcance. O descanso não é fácil para esses tipos, a menos
que tenham uma súbita queda de energia.
O ciclo encarnatório do modo cardinal
é um período de produtividade e ação. Normalmente, há um sentido de urgência
com os signos cardinais – se não agirmos agora, vamos perder aquele momento.
2.3.2. Fixo
Se os signos cardinais se empenham na
atividade apenas pela atividade, os signos fixos (Aquário, Leão, Touro e Escorpião)
agem apenas quando é absolutamente necessário. A energia cardinal é como um
furacão, arrasando tudo em seu caminho. Os signos fixos capturam esse furacão
em suas mãos fortes e o enraízam – ou mais precisamente, fixam-no – em um
ponto. Transformam o poder do vento em moinhos para que ele produza algo
terrível.
Entre as três gunas, tamas corresponde
aos signos fixos. O poder de cada um dos quatro elementos (fogo, terra, ar e
água) fica concentrado nos signos fixos e assim podem realizar sua forma de
expressão mais poderosa.
O lado positivo dos signos fixos é a estabilidade. São os construtores, seja
de coisas terrenas (Touro), criações artísticas (Leão), poderes ocultos (Escorpião)
ou idéias e visões que mudarão o mundo (Aquário).
A fixidez é a modalidade que nos
permite segurar ou preservar aquilo que começou no modo cardinal e que será
dispersado no mutável.
Tipos fixos têm maior resistência que
outros e a mais extrema expressão de cada um dos quatro elementos é
experimentada em seu modo fixo: a expressão mais extrema de fogo é Leão; de
terra, Touro; de ar, Aquário; e de água, Escorpião.
2.3.3. Mutável (movimento ondulante)
O fluxo de energia inicia-se com os
signos cardinais; nos fixos, essa força é capturada, enraizada em um ponto e
transformada em uma base de produtividade. Nos signos mutáveis (Gêmeos, Virgem,
Sagitário, Peixes), a força espirala a partir de sua base fixa e cresce,
comunica, educa, tomando formas variáveis.
No sistema das três gunas, os signos mutáveis correspondem a
sattva, que significa harmonia.
Os signos mutáveis possuem uma inclinação
espiritual natural e representam a energia que espirala de volta à sua fonte,
porém têm dificuldade para lidar com o mundo material, pois a natureza difusa e
variável de sua energia com freqüência torna difícil para eles concentrar sua
atenção no aqui e no agora. Estão normalmente conscientes de que estão em busca
de algo – mas nem sempre sabem que estão em busca de libertação.
Tipos mutáveis também manifestam
muita confusão quando se trata de assuntos emocionais em geral e
relacionamentos em particular. Seus talentos residem na esfera da ação mental
e/ou espiritual, não na do relacionamento.
Tendem a viver segundo sua própria
moralidade individual – uma moralidade que pode relacionar-se mais com sua
espiral única de percepção do que com quaisquer formas de tradições sociais.
Estão, com freqüência, perfeitamente
conscientes de todos os grãos de areia em uma praia, e de que esta é apenas uma
dentre milhões de praias em um planeta, e de que este planeta é apenas um
dentre milhões de corpos que flutuam pelo espaço. Por isso, tecer considerações
práticas pode ser um verdadeiro desafio para tipos mutáveis.
Talvez o melhor conselho que essas
pessoas podem receber é: sim, você conseguirá vivenciar isso tudo, mas pare de
tentar experimentar tudo de uma vez.
3. Os Signos
3.1. Carneiro ou Áries – 20 de Março a 20 de Abril
Palavra-chave: “eu sou”.
Áries é o primeiro signo da roda
zodiacal e, embora não haja início ou fim em um círculo, sua função simboliza a
primeira na evolução humana.
O intelecto de Áries é resoluto e
volátil. Áries representa o poder do ego individual emergindo do oceano
coletivo. A plena força do espírito marciano é empregada na batalha do ser. Áries está no princípio das coisas.
Tudo para ele é perpetuamente novo. É o arquétipo do pioneiro, do explorador de
novas terras.
Os arianos vivem em busca de drama,
aventura e, acima de tudo, novos inícios. A natureza cardinal e ígnea de Áries
dá muito pouco descanso a esses indivíduos. Estão em constante movimento e,
quando suas vidas ficam muito calmas ou as coisas começam a ficar monótonas,
estão prontos, como Marte, para uma batalha, ou como Jasão, para uma demanda heroica.
Esses indivíduos estão ligados de
forma muito pessoal com seu próprio processo de desenvolvimento, seu impulso em
não deixar que nada fique no caminho do autoconhecimento ou da realização
pessoal. Os que têm o Sol em Áries são particularmente concentrados em
expressar seu “eu sou” em sua forma mais pura.
Em Áries, descobrimos que nossas
batalhas nos forçam a lidar com o mundo das aparências, mas no final estamos
mais próximos da compreensão de nós mesmos e do dom da consciência que foi por
nós recebido.
3.2. Touro – 21 de Abril a 21 de Maio
Palavra-chave: “eu tenho”.
“Sustento” é um princípio a que Touro está
fortemente ligado. A Astrologia considera Touro, o signo da terra fixa, o signo
mais fértil, frutífero e constante. Embora algumas pessoas possam se queixar da
lentidão de Touro para agir ou de sua intolerável teimosia, Touro como o touro,
firma-se e cria raízes em um lugar até que esteja pronto para se mover. Então,
como se um pano vermelho fosse agitado diante dele, torna-se uma locomotiva.
Mas, esse processo ocorre para Touro apenas quando ele está pronto, não
necessariamente quando as outras pessoas esperam que ele esteja.
Seu arquétipo é o do mestre artesão.
Touro está relacionado à fixidez, fertilidade,
fecundidade e segurança – todas as energias que de alguma forma se relacionam
às coisas que crescem na terra. Embora nem todo Touro seja jardineiro, é
verdade que suas vidas são paralelos próximos à natureza. Quando vive sua vida
de acordo com as quatro estações, vive em harmonia com sua natureza.
A paciência e o conhecimento interior
de que “para tudo há uma estação” são os maiores dons de Touro e a capacidade
taurina de armazenar ou consumir quando necessário é uma habilidade igualmente
valiosa.
3.3. Gêmeos – 22 de Maio a 22 de Junho
Palavra-chave: “eu penso”.
Pensamos em Gêmeos principalmente
como o signo do intelecto e da dualidade. O simbolismo do intelecto deriva-se
de seu planeta regente, Mercúrio. A dualidade de Gêmeos relaciona-se ao fato de
que é um signo duplo (ou seja, gêmeos). Por isso representa com freqüência o
conflito entre o ego e a sombra em uma dada personalidade. O ego sempre luta
para tomar o caminho consciente, seja baseado na vontade individual ou nas
tradições da sociedade como um todo. A sombra, nosso lado oculto, representa
todos os valores que reprimimos ou nos recusamos a reconhecer como nossos – que
podem ser brutais e violentos, ou espirituais e transcendentais, dependendo do
sistema de valores utilizado para dar forma ao ego consciente.
O lado sombrio está sempre se
arrastando para fora da escuridão e entrando na luz da personalidade do tipo de
Gêmeos; é por isso que os consideramos volúveis, inconsistentes e
potencialmente traiçoeiros.
O terceiro signo do zodíaco é o primeiro
dos signos humanos e o primeiro dos signos de ar, o reino dos relacionamentos
mentais e sociais.
Outro aspecto da dualidade geminiana
é a separação entre o mundo físico (corpo) e o mundo mental (mente). As
atividades externas são realizadas de forma automática, enquanto a mente
continua sua palração interior, inteiramente afastada do que está realmente
acontecendo do lado de fora. Geminianos mais evoluídos integram sua dualidade
de tal forma que são concentrados e voltados para uma direção em particular.
Dessa forma, desafiam a si mesmos a explorar áreas novas e desconhecidas da
mente humana.
Muitos geminianos buscam
incansavelmente a vida ideal, experimentando muitos estilos de vida no
processo.
Quando a dualidade de Gêmeos está
unida e concentrada, grandes realizações se tornam possíveis.
3.4. Câncer, o Caranguejo – 23 de Junho a 22 de Julho
Palavra-chave: “eu sinto”.
A partir de Câncer, a força solar do
ego atingiu seu limite e a individualidade desenfreada deve agora abrir caminho
para as necessidades da humanidade coletiva.
Os cancerianos podem ter dons
psíquicos, pois são particularmente abertos ao influxo de vastas forças
universais, que se canalizam para os confins da consciência individual da
pessoa, quer o canceriano decida ou não ser um desses canais.
Em Câncer a necessidade de segurança
está no reino emocional. Quando a mãe, a honra da família ou o ninho estão
ameaçados, o canceriano pode responder instintivamente.
A quarta casa, domicílio de Câncer,
representa a família, as raízes do individuo. O lugar de Câncer na roda
representa laços familiares primitivos e o efeito que esses laços têm na
capacidade da pessoa individualizar-se.
Lembrando que estamos rodeados pela
água em Câncer, aparece aqui sentimento, sensibilidade ao ambiente e forte
absorção. Isso, aliado ao fato de que Câncer necessita de um lugar seguro para
estar, responde pela premente necessidade canceriana de constantemente buscar
um lugar que ofereça a segurança de que ele precisa.
Câncer está envolvido no contínuo
processo de absorver sentimentos do ambiente humano e tem muito trabalho para
separar-se de qualquer coisa. Também tem dificuldade em ser objetivo a respeito
daquilo que acaba de encontrar, pois Câncer está no ponto mais intenso de
subjetividade. Então tudo o que existe afeta potencialmente Câncer de modos
extremos no nível interior.
3.5. Leão – 23 de Julho a 22 de Agosto
Palavra-chave: “eu quero”.
Leão tem a reputação de majestoso e
dominante e os ditadores representam o aspecto de Leão negativo.
Muitas de nossas associações mitológicas
com Leão referem-se a reis e rainhas, heróis e heroínas, que dominam os animais
selvagens e representam a intrepidez e a coragem. Dessa forma, a sabedoria em
Leão está ligada, em primeiro lugar, à capacidade da pessoa de levar a melhor
sobre a fera ou o inimigo e, em segundo, de proteger sua cria ou reino desses
inimigos (internos ou externos).
A figura principal de Leão é o pai.
Quando o próprio Sol está em Leão, é definida a individualidade da pessoa e exaltada
a paternidade ou as qualidades vivificantes motivadoras.
Em astrologia médica, a ligação de
Leão é com o coração e este representa a função vital da vida. Em uma sociedade
altamente tecnológica, em que a liderança de um homem é medida por sua riqueza
e seu poder, o preço freqüentemente é o coração humano. Nessa fase de nossa
evolução pessoal e planetária, o coração é o que mais carece de desenvolvimento
e, conforme a Era de Aquário firmemente se enraíza na consciência do planeta, a
função deste signo de polaridade, Leão, será assegurar que assim seja.
3.6. Virgem – 23 de Agosto a 22 de Setembro
Palavra-chave: “eu analiso”.
Virgem trata da transformação da
personalidade de um estado infantil ou virginal para uma individualidade mais
sábia e madura. Essa transformação pessoal deve ocorrer para que possamos nos
reorientar para interesses universais e não mais pessoais, pois Virgem é o último
signo da metade pessoal do zodíaco. Essa transformação nos leva a realizar
algum tipo de serviço dedicado aos outros; por isso, Virgem é freqüentemente
chamado de signo do serviço.
O estágio representado por Virgem na
seqüência zodiacal diz respeito ao estágio final ou mais aflorado do
desenvolvimento individual antes que
se atinja o primeiro estágio de desenvolvimento coletivo em Libra.
Tipos de Virgem, na pior das
hipóteses, transformam seu próprio corpo e mente por intermédio de dieta, ioga
ou outras técnicas, de forma que conseguem atingir o tipo de completude
necessária para realmente ajudar ou servir os outros.
Em seu aspecto negativo, virginianos
viciados em trabalho, com freqüência, encontrarão uma crise que os forçará a
alterar a rotina. São constantemente lembrados de que seus órgãos físicos são
sensíveis e vulneráveis e devem ser mantidos na melhor forma possível.
Aqueles que têm o Sol em Virgem
naturalmente concentram sua atenção na sintonia fina do corpo, da mente e do espírito,
resultando em um poderoso senso de devoção que se esforça para criar um mundo
perfeito, com tudo em seu lugar. Daí vem a grande capacidade analítica de
Virgem, guiada por seu regente Mercúrio, bem como o alto grau de discernimento.
3.7. Libra, a Balança – 23 de Setembro a 22 de Outubro
Palavra-chave: “eu equilibro”.
Libra é o único signo
representado por um instrumento, e não por uma figura humana ou animal. A
balança representa os constantes atos de equilíbrio em que se envolvem os
librianos por causa de seus parceiros. Os pratos de Libra estão constantemente
pesando e medindo a qualidade, a igualdade ou a justiça de seus atuais
relacionamentos.
Em Libra, a força da noite está
aumentando, de forma que o simbolismo aqui mostra o individuo que começa a
reconhecer a necessidade dos outros, do coletivo. Assim, os pratos de Libra são
normalmente menos inclinados para o “eu” e mais para os outros. Constitui o
lugar mais distante do “eu” na roda, portanto imerso no “outro”.
Por que Libra também representa a
parte da roda em que estamos interessados no importante relacionamento de casal
e no equilíbrio desse relacionamento com o “eu”. O signo apresenta um
importante desafio: ver as relações sob um ponto de vista centrado. Libra é
conhecido por sua incapacidade de tomar uma decisão porque pode ver ambos os
lados de qualquer questão e sempre se esforça para ser justo. A tarefa mais
difícil para o libriano é ver as coisas de uma posição autocentrada, e por isso com freqüência ele se sacrifica tanto
quando se trata de relacionamentos.
Indivíduos de Libra esforçam-se em
prol do equilíbrio, da justiça, da cooperação, da harmonia e da beleza na vida
e especialmente no relacionamento. Porém, o essencial de Libra não é falar de
modo eloqüente de beleza, harmonia e equilíbrio como uma visão ideal, mas
enquanto está no meio de um relacionamento, cujo centro é um campo de batalha, envolver-se no processo pessoal,
aceitando (em vez de projetar) as partes feias e imperfeitas. Com base nisso,
tomar a responsabilidade por suas próprias ações na interação de opostos
existente no relacionamento.
3.8. Escorpião – 23 de Outubro a 22 de Novembro
Palavra-chave: “eu desejo”.
Escorpião é associado à descida ao
mundo subterrâneo. Isso significa uma jornada às profundezas de nosso ser –
inevitavelmente dolorosa, pois nos força a enfrentar nossos demônios interiores
e complexos psicológicos. Mas, Escorpião também traz a promessa de ressurreição,
de retorno à luz. Assim, é visto como um signo de transformação.
Realmente, o processo de Escorpião
diz respeito à vida, à morte e ao renascimento. Esse é um tema constante na
vida dos indivíduos de Escorpião – eles tipicamente experimentam uma experiência
de morte ou próxima da morte, para em seguida renascer e, como a fênix,
reerguer-se das cinzas do que foram e voar a novas alturas. Esse processo é
raramente vivido de boa vontade, pois Escorpião é água fixa e nem sempre
aprecia as mudanças.
O escorpiano típico pode ter um
desejo de morte, mas o que esses escorpianos aparentemente obcecados buscam real ou inconscientemente não é a
extinção do corpo físico tanto quanto a morte e o renascimento da consciência.
Eles podem ter hobbies como corridas
de carro ou pára-quedismo, ou podem tentar se destruir com sexo e drogas, mas
no fundo buscam a transformação interior. É por meio dessa transformação
interior que descobrimos a sabedoria; Escorpião, conseqüentemente, é um signo
de sabedoria.
O Sol em Escorpião nos pede que nos
separemos de alguns dos sentimentos e dos padrões subconscientes que adquirimos
no início da vida. O ato de separação ocorre, tipicamente, por meio de
experiências que envolvam nossos parceiros íntimos. Por intermédio dessas
parcerias, o escorpiano também terá muitos problemas para lidar com o poder.
Como vimos, Escorpião representa a
descida do consciente a seu mundo subterrâneo pessoal. Ali, nas profundezas de
nossa lama, nosso antigo ego-consciência morre para que possamos renascer. Por
isso, Escorpião é um dos mais profundos e complexos signos.
3.9. Sagitário, o Centauro – 23 de Novembro a 22 de Dezembro
Palavra-chave: “eu compreendo”.
Em Sagitário o
poder da noite, da humanidade coletiva, é o que continua crescendo. Assim,
Sagitário representa o estágio em que as preocupações pessoais ou individuais
estão em um nível mínimo e as preocupações universais tornam-se as principais.
Esse fato pode ser o motivo pelo qual se diz que os sagitarianos se perdem em
conceitos filosóficos obscuros, negligenciando as realidades cotidianas
enquanto vagueiam com a cabeça nas nuvens.
Considerando seu co-regente – o
centauro Quíron – em Sagitário, nos conscientizamos dos três aspectos do “eu”:
a natureza animal dirigindo-nos de baixo, a natureza humana (alma aprisionada
em um corpo) e a natureza divina.
A seta de Sagitário está sempre
apontada para cima, para o divino, como o olhar daquele que está preocupado com
mundos ou galáxias distantes – nosso lar nas estrelas. Muitos sagitarianos
estão bastante conscientes dessas três naturezas dentro de si, cada uma com sua
voz distinta, e com freqüência sentem dificuldade em aceitá-las como parte de
um “eu” que deve ser integrado e mantido em equilíbrio. A consciência desses
três aspectos da natureza interior de uma pessoa, assim como a transmissão de
energia do animal ao espiritual, é o que torna os seres humanos únicos entre as
criaturas do mundo. Em Sagitário, essa consciência é testada até os limites.
Sagitário sempre foi considerado um
signo de sorte, seja no jogo (que o signo rege) ou simplesmente na vida. O otimismo
e o conhecimento interior que o sagitariano possui (alguns diriam que anjos da
guarda o acompanham em cada aventura) podem derivar do fato de que Júpiter é
seu regente.
Há algo distintamente selvagem em
alguns sagitarianos. Com freqüência parecem prontos a sair correndo,
principalmente em situações sociais. Sentem-se desconfortáveis em meio a
multidões e estão em casa quando estão ao ar livre. Têm a ingenuidade dos
bichos selvagens e podem parecer meio deslocados no “mundo real”. Mas sua
ligação com a natureza impede sua filosofia (considerado o signo da filosofia) de
tornar-se demasiado abstrata e torna sua sabedoria tão essencialmente humana.
3.10. Capricórnio, a Cabra – 23 de Dezembro a 21 de Janeiro
Palavra-chave: “eu uso”.
Em Capricórnio, encontramos o
simbolismo do afastamento invernal, da sexualidade latente, do renascimento
espiritual e um poderoso senso de finalidade, tudo combinado.
Os arquétipos míticos de Capricórnio
são diversos, incluindo Vesta, Pã, Amaltéia e Saturno. Vesta e Saturno
representam um tipo rigidamente controlado, cujo comportamento deve ser
impecável, enquanto Pã e Amaltéia, as cabras e os sátiros, representam a liberdade
e o abandono sexual do signo.
Assim, um nativo de Capricórnio deve
certamente ter uma mistura desses elementos, guiado pela paixão e desejo
selvagem de um sátiro, mas vivendo em uma época em que esses desejos devem ser
discretos e cuidadosamente dosados para evitar punições ou humilhação pública.
O controle, ou mais precisamente, o autocontrole
é na verdade o tema de Capricórnio. Quando chegamos a esse estágio final da
terra na mandala astrológica, espera-se que tenhamos adquirido algum controle
sobre esse reino terrestre, o que inclui os apetites físicos. De Capricórnio
espera-se um comportamento e uma força moral dignos do estágio final da terra.
Capricórnio é associado à obstinação,
obstrução e rigidez. Sua reputação é de frieza, afastamento, perfeccionismo e
materialismo. A necessidade de estar no controle pode se dever também à sua
regência por Saturno.
Em Capricórnio o arquétipo do pai (diferentemente
de Leão) representa a ligação com o pai terra,
ou a influência e a orientação que o pai dá ao filho para que esse faça seu
caminho no mundo, dando-lhe auto-estima e autoconfiança e, finalmente,
repassando o “reino” ou regência ao filho.
O Sol em Capricórnio representa a luz
brilhando no alto na montanha, vigiando as ações da humanidade. Ao ocupar o
poder e as altas posições, Capricórnio cumpre seu destino solar.
Em Capricórnio, a roda solar é girada
pela quarta e última vez. Atingimos certa mestria em Capricórnio – e, se isso
envolve seja uma mestria interior, espiritualmente dirigida, ou um domínio
exterior, notoriamente dirigido sobre os outros, atingimos o pico da montanha.
Nesse ponto, devemos voltar ainda mais nossa atenção às necessidades do
coletivo, um processo exemplificado nos últimos dois signos: Aquário e Peixes.
3.11. Aquário, o Aguadeiro – 22 de Janeiro a 20 de Fevereiro
Palavra-chave: “eu sei”.
A imagem de Aquário mostra o
carregador de água derramando as águas da vida. Para os egípcios, Aquário
representava o poder espiritual vital que renova e fertiliza todas as coisas.
Aquário representa a liberdade, a união
da ciência e da magia e o poder da individualidade equipada para o serviço de
um todo maior. Signo do ar, busca a liberdade de pensamento e, se não consegue
obtê-la, sente-se acorrentado como Prometeu.
Em Aquário, o deus ou a deusa está
derramando o cântaro sobre a terra, indicando que o conhecimento existe no
plano celeste e deve ser transmitido ao terrestre. Esse é o comprimento de onda
de muitos aquarianos; os que não travaram contato apropriado com suas
informações, ou acham que as deram de presente a um mundo que ainda não estava
preparado para recebê-las, se vêem em um lugar solitário e isolado e, portanto,
fora de harmonia com a “vida na Terra”.
Para aquarianos não basta receber
informações. O cântaro está virado para baixo – ele deve transmitir essa
informação para os outros para que eles não tenham de viver na escuridão.
Em Aquário, em que princípios
universais são enfatizados – e não pessoais, o temperamento inflamado, ígneo do
Sol está em detrimento, pois ele encontra pouca satisfação em um signo em que
todos são considerados iguais.
Diz-se que os aquarianos estão à
frente de seu tempo, e por isso levemente fora de sincronia com o mundo que os
rodeia.
3.12. Peixes – 21 de Fevereiro a 19 de Março
Palavra-chave: “eu creio”.
Além dos aspectos profundos e sonhadores do mar, Peixes deve
ser associado ao aspecto violento do oceano que não pode ser ignorado. Para
Jung, o oceano sempre simbolizou a mente grupal, ou o inconsciente coletivo.
Assim, os piscianos são descritos como sonhadores, míticos e artísticos,
pois todos esses indivíduos nasceram com ao menos um pé nas águas da mente
coletiva.
Porém, nem todos os piscianos são inspirados a tais níveis
pelo oceano cósmico dentro deles; em vez disso, muitos são levados a vícios
sérios porque ficam “perdidos no mar”. O inconsciente coletivo é o oposto da
consciência individual; na personalidade pisciana, portanto, o ego individual
pode ser bem fraco, enquanto o manancial de imagens universais é
excepcionalmente forte. Conseqüentemente, o pisciano é facilmente influenciado
e pode chegar a acreditar que seu ponto de vista intuitivo da realidade é um
tanto inapropriado ou simplesmente errado. Em Peixes, a força vital do Sol é
dirigida e expressa em um contexto universal. A personalidade de Peixes é com
tanta freqüência diluída por sua fusão com o mundo que o rodeia que seu ego
pode assemelhar-se a uma frágil jangada à deriva em um mar vasto.
Assim, na vida comum, essa sedução pelo inconsciente
normalmente toma a forma de abuso de álcool e drogas, outra tempestade interna associada
a Peixes e sua casa natural, a Décima Segunda.
Muitos piscianos “vêem” coisas que os outros simplesmente não
são capazes de ver. Portanto, o pisciano balança entre dois mundos – o reino
terrestre que parece estar correto de acordo com todas as outras pessoas – e o reino
cósmico, de que os piscianos estão bem conscientes.
Esse dilema é personificado no símbolo astrológico de Peixes,
dois peixes nadando em direções opostas, mas unidos por um cordão. O objetivo
final é ter ambos os peixes saudáveis, energéticos e em contato com seu
processo, nadando alegremente em círculos como golfinhos.
O Amor e a Compaixão são pedras angulares da mensagem de
Peixes. A verdadeira fusão com o inconsciente coletivo exige a entrega do ego
pessoal. Após se tornar um só com todos os viventes que resposta poderíamos ter
do universo que nos rodeia, exceto a compaixão? Os piscianos não apenas são os
maiores alcoólatras, mas também são os maiores conselheiros, artistas, músicos
e místicos, quando conseguem dar essa resposta.
A fé absoluta ou a confiança no universo é o maior desafio
que os indivíduos de Peixes encaram. É também sua maior força.
O dom de Peixes não é a capacidade de ver claramente de um
ponto de vista racional, mas antes olhar para dentro e responder com o coração,
um dom baseado na crença em um poder maior que torna as coisas certas.
4. O Valor da
Astrologia
Lembrem-se sempre de que a Astrologia
não é fatalista. A influência dos astros predispõe, não compele. A maioria de
nós é levada a uma cega obediência à influência dos planetas (consciente ou
inconscientemente) e de nossos esquemas eletromagnéticos inatos, bem como de
nosso ambiente, nossa hereditariedade e à vontade dos mais fortes do que nós.
Não demonstramos percepção e, portanto, nenhuma resistência; e nossos
horóscopos se ajustam a nós como impressões digitais.
Somos movidos como peões em um
tabuleiro de xadrez no jogo da vida, mesmo quando zombamos ou ignoramos as
verdadeiras forças que nos movem. Mas qualquer um pode erguer-se acima das
influências de sua natividade. Usando o livre-arbítrio ou a força da alma,
qualquer um pode dominar seu temperamento, mudar seu caráter, controlar suas
atitudes e as atitudes dos que lhe estão próximos. Quando fazemos isso,
passamos a ser os jogadores e não os peões no jogo de xadrez.
Uma antiga lenda conta que um homem
foi pedir a um sábio místico a chave do poder e dos poderes ocultos. Ele foi
levado até a margem de um lago cristalino, e o mago disse-lhe que se
ajoelhasse. Depois o mago desapareceu, e o homem ficou sozinho, contemplando
sua própria imagem refletida na água.
Assim, ao invés de nos submeter,
devemos questionar: o que posso fazer com essas habilidades e inclinações? O
que posso oferecer ao mundo?
Uma antiga máxima egípcia diz “se vais por um caminho construído cada dia
com as tuas próprias mãos, chegarás ao lugar onde deves chegar.”
Ora, como construir esse caminho,
aproveitando nossas habilidades e inclinações? E aproveitando-as, como pô-las a
serviço da humanidade?
Sendo Filósofos!
Ora, como podemos ser filósofos? Todos
os seres humanos, embora não o saibam e não tenham um titulo, são filósofos. A Filosofia
é uma atitude perante a Vida.
Essa atitude deve ser ativa para que
possamos construir nosso próprio caminho.
Ser filosofo é, então, ter essa
atitude, apesar das inclinações, das predisposições. O filósofo tem chaves de
ação para enfrentar todas as situações e as experiências, chaves que a
Filosofia proporciona quando se torna vital e global.
Esse é o intento filosófico.
Bibliografia
1.
GUTTMAN, Ariel e Kenneth Johnson. Astrologia & Mitologia. São Paulo. Editora Masdras. 2005.
2.
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Linda. Seu Futuro Astrológico. Rio de
Janeiro. Record. ____ .
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Délia Steinberg. Filosofia, a Arte de
Aprender a Viver. Coleção Pérolas de Sabedoria. Brasília. Edições Nova
Acrópole. 2008.
4.
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Délia Steinberg. O Caráter Segundo os
Astros. Coleção Pérolas de Sabedoria. Brasília. Edições Nova Acrópole.
2005.
5.
HOWELL,
Alice O. O Simbolismo Junguiano na
Astrologia. São Paulo. Editora Pensamento. 1997.
6.
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James R. Enciclopédia Astrológica.
São Paulo. Makron Books. 1998.
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