Como Administrar seu Tempo - Casa de Euterpe
Os
gregos antigos tinham três conceitos para o tempo: chronos, kairos e aeon.
Chronos refere-se ao tempo cronológico, ou sequencial, que pode ser medido,
associado ao movimento das coisas terrenas, com um princípio e um fim. Kairos
refere-se a um momento indeterminado no tempo, em que algo especial acontece, o
tempo da oportunidade. Aeon era o tempo sagrado e eterno, sem medida precisa, o
tempo da criatividade onde as horas não passam cronologicamente, também
associado ao movimento circular dos astros, e que na teologia corresponderia ao
tempo de Deus.
Neste
texto, não tratarei do conceito de Aeon; apenas de Kairos e Chronos.
1.
Kairos
As
situações do dia a dia têm me mostrado a necessidade de refletir acerca das
oportunidades que a vida apresenta para todos nós. Os gregos eram muito felizes
quando as representavam por meio de um deus: Kairos.
Kairos
(em grego καιρός) é uma palavra do grego antigo que significa “o momento
oportuno”, “certo” ou “supremo”. Na mitologia, Kairos é filho de Chronos (Deus
do tempo e das estações).
Descrito
como um belo jovem calvo com um cacho de cabelos na testa, ele era um atleta e
tinha uma agilidade incomparável. Resplandecente e com a flor da juventude,
Kairos tinha duas asas nos ombros e nos joelhos. Sempre sem roupas, ele corria
rapidamente e só era possível alcançá-lo agarrando-o pelo topete, ou seja,
encarando-o de frente. Depois que ele passava, era impossível persegui-lo,
pegá-lo ou trazê-lo de volta. Na entrada do estádio em Olímpia havia dois
altares: um deles era consagrado a Hermes, que simbolizava os jogos e o outro
era consagrado a Kairos, que simbolizava a oportunidade.
Kairos
representa, assim, o tempo indeterminado, sempre renovado, sempre jovem, o
presente contínuo que oferece seus dons e o tempo que outorga a Oportunidade.
Essa
representação simbólica é autoexplicativa. Deixa clara a necessidade que temos
de aproveitar absolutamente todas aquelas oportunidades que o destino nos põe à
frente.
Todavia,
como somos todos desatentos, na maioria das vezes não percebemos quando o deus
passa agilmente por nós. Assim, simplesmente deixamos que passe. Quantas
ocasiões não são aproveitadas? Quanta oportunidade perdida e impossível de ser
recuperada?
Não
são poucas as vezes em que justificamos nossa desídia, nossa inércia diante das
oportunidades com razões muito pouco convincentes. É comum derixarmos para
depois as coisas que podemos fazer agora; é comum pensarmos que “amanhã” será
possível realizar “tal coisa”, estar junto de quem amamos, construir nossos
sonhos, viver nossa vida.
Isso
ocorre porque, ainda que de forma inconsciente, consideramos a oportunidade
como simples casualidade que pode ou não ser aproveitada, independentemente de
nossa vontade. Não se iludam, pois não é assim.
Além
de tudo, somos muito imaturos e não encontramos relação entre as portas abertas
pela vida e a possibilidade que temos de entrar por elas por meio de um impulso
consciente.
De
nosso superficial ponto de vista, parece que temos a livre opção de aproveitar
ou não as oportunidades, sem maiores consequências. Quando muito, nos
lamentamos de não ter aproveitado a chance, convencidos de que chegará o
momento de recuperá-la.
Se
você pensa assim, não tem muita possibilidade de agarrar Kairos, pois ocorre
que esse momento não se repete. É único e uma vez desperdiçado, estará perdido
e você ficará a “ver navios” !!!
Além
disso, aproveitar a oportunidade gera uma consequência e deixá-la escapar,
outra. Sabia?
Na
matemática da vida, duas ações diferentes não podem ter consequências iguais,
nem aleatórias e nem ficar sem consequência alguma. Assim, sempre seremos
responsáveis pelas consequências das oportunidades que deixamos passar. Sempre
seremos responsáveis pela construção de nossa vida e nosso destino. Não o vizinho,
o chefe, os amigos...
Kairos
nos oferece as oportunidades. Se o deixamos seguir, nos compensará com a triste
companhia do arrependimento e das coisas são realizadas. Ainda que possamos nos
redimir, aquele tempo, aquela oportunidade jamais retornará. E não há nada que
possamos fazer quanto à oportunidade desperdiçada, apenas lamentar.
Por
isso, utilizemos o tempo presente. Façamos desse momento brevíssimo um mundo
consciente de construção e realizações. Mãos à obra!
2.
Chronos
De
acordo com a teogonia órfica, Chronos surgiu no princípio dos tempos, formado
por si mesmo. Era um ser incorpóreo e serpentino possuindo três cabeças, uma de
homem, uma de touro e outra de leão. Uniu-se à sua companheira Ananke (a inevitabilidade)
em uma espiral em volta do ovo primogênito separando-o, formando então o
Universo ordenado com a Terra, o mar e o céu.
Permaneceu
como um deus remoto e sem corpo - do tempo - que rodeava o Universo, conduzindo
a rotação dos céus e o caminhar eterno do tempo, aparecendo ocasionalmente
perante Zeus sob a forma de um homem idoso de longos cabelos e barba brancos,
embora permanecesse a maior parte do tempo em forma de uma força para além do
alcance e do poder dos deuses mais jovens.
Uma
das representações de Chronos, é a de um Deus que devora seus próprios filhos.
Esta representação deve-se ao facto de os antigos gregos tomarem Chronos como o
criador do tempo, logo, de tudo o que existe e pode findar, sendo que, por esse
fato, se consideravam como filhos do tempo (Chronos), e uma vez que é
impossível fugir dele, todos seriam mais cedo ou mais tarde vencidos
(devorados) pela Deus.
De
qualquer forma, seja qual for a representação mitológica que adotemos, o tempo
é inexorável e, indubitavelmente, tende a devorar-nos. Tanto é assim que o que
mais se percebe em nossa atual sociedade são pessoas “atropeladas” pelo tempo,
ou, conforme costumam dizer, pela falta de tempo.
Ocorre
que essa falta de tempo nem sempre é justificada corretamente. A maioria das vezes
denota desorganização, falta de atenção, falta de foco, de objetivo, de meta.
Não questiono o fato de que a conquista plena de Chronos é tarefa complexa,
pois importa, em última análise, na conquista de nós próprios. Todavia, é
preciso iniciar essa empreitada sob pena de sermos devorados como cada um de
seus filhos.
Nesse
momento, você pode estar pensando: mas, afinal, é ao que corresponde o tempo?
Qual a sua natureza? Bem, o tempo é uma energia especial que possui dois
elementos: a duração e o momento. Ademais, esses conceitos são percebidos por
cada um de nós de forma diferente. Por exemplo, quando estamos ansiosos para a
consecução de algum evento, temos a impressão de que o tempo “se arrasta”; ao
contrário, quando temos medo da chegada de um evento, parece-nos que o tempo
“voa”. O mesmo ocorre para os momentos felizes e para os momentos tristes. Nos
primeiros, o tempo “escorre” velozmente, nos últimos, “anda a passos de
tartaruga”. Assim, a duração de um momento depende, principalmente, de como
anda nossa mente, de qual percepção temos das circunstâncias e das situações.
Nesse
aspecto, é possível afirmar que a administração do tempo é, antes de tudo, um
estado mental.
Esse
estado mental não é difícil de entender, mas a necessidade administrá-lo, nem
sempre é fácil de ser percebida como importante, pois algumas pessoas ainda se perguntam
porque, afinal, é preciso administrar o tempo. Porque não podemos, ao ritmo da
música, deixar a “vida nos levar”?
O
primeiro benefício dessa tarefa é a possibilidade de gerenciarmos nossas
atividades sem sermos dominados por elas. Isso quer dizer que podemos controlar
nossa vida sem sermos atropelados pelos acontecimentos do dia a dia.
A
correta administração do tempo permite, ainda, evitar o estresse provocado pela
sobrecarga, pois uma vez que temos nossas atividades sob controle, a sobrecarga
pode ser eliminada.
A
ineficiência também pode ser evitada, uma vez que as tarefas serão
desenvolvidas dentro no momento adequado, em uma ordem acertada. Isso impede o
desperdício de recursos e, portanto, a ineficiência.
Paradoxalmente,
investir tempo para administrá-lo permite que tenhamos mais liberdade e,
consequentemente, mais tempo!
Por
último, a governabilidade do tempo dá-nos do condão de dirigirmos nossa vida e,
assim, alcançarmos nossos objetivos, porque estaremos direcionados para eles.
Muito
bem. Se a administração do tempo produz tão bons resultados porque não a
fazemos? A resposta é simples. Porque também temos benefícios com a falta ou com
a má administração. Ocorre que esses tais benefícios são falsos porque negativos.
Senão,
vejamos. O primeiro que se apresenta é um benefício negativo social conformado
pela atenção sobre si mesmo. Isso é certo. Você já percebeu que aqueles que
possuem uma má administração do tempo sempre chegam atrasados a eventos e
compromissos? E o que acontece? Chama a atenção de todos! E, por estranho que
pareça, há pessoas, cuja personalidade se compraz com isso e que, de alguma
forma, sentem-se prestigiadas.
Outro
benefício negativo é fisiológico e é representado pelo estresse. Por mais incrível
que pareça, fazemos parte de uma sociedade que valoriza o estresse. Quanto mais
apressada, atarefada, estressada a pessoa se mostra, mais valorizada é, pois
projeta uma imagem (falsa) de eficiência, importância e até de status elevado.
Agendas lotadas estão em moda. Aposto que ao ler este parágrafo, você pensou em
pelo menos uma ou duas pessoas que seu círculo.
Temos
também um benefício no campo psicológico: a falta de administração do tempo
impede um olhar sobre nós mesmos. É muito mais cômodo passarmos a vida correndo
atrás do tempo, fazendo uma coisa inútil após a outra, reclamando de como somos
ocupados e atarefados do que pararmos para realizar uma séria e honesta
avaliação de nós mesmos. De nossos medos, fragilidades, vícios, anseios... Isso
porque essa avaliação pode nos mostrar uma fotografia da qual não gostamos e, a
partir daí, gerar a necessidade de realizarmos mudanças em nós próprios, muitas
vezes dolorosas.
Tão
importante quantos os demais, temos um benefício negativo existencial que é a
sensação de liberdade. Muitas pessoas afirmam que não seguem regras, que não
possuem controle das coisas e que não assumem compromissos por que são livres.
Bem, sinto informá-las que são a mais cruel variedade de escravos, pois são
escravos das circunstâncias, das situações, dos acontecimentos. Não há
liberdade ai, mas prisão. Nesse caso, ninguém faz o que quer, mas o que é
obrigado a fazer para “apagar os incêndios” que vão surgindo ao longo de suas
vidas desgovernadas. São barcos soltos na maré. Por isso, essa sensação é de
uma falsa liberdade. Não cai você nessa armadilha!
É
importante ressaltar que, pelo menos na maioria das vezes, as pessoas não
buscam esses benefícios de forma consciente. Não acredito que alguém acorde
pela manhã determinado a chegar atrasado ou a burlar um compromisso. Todavia,
de qualquer maneira isso acontece e as pessoas que agem assim usufruem desse
benefício e, por isso, se recusam a abrir mão dele.
Dito
isso, falarei agora um pouco acerca dos chamados “tira tempo”. Esses elementos
são vilões que nos atrapalham muito. Existem de dois gêneros: os causados pelos
outros e aqueles causados por nós mesmos.
Dentre
os causados pelos outros, podemos destacar as chamadas telefônicas, as
realizadas por meios de aplicativos nos smartphones, as inúmeras reuniões de
trabalho. Essas ocorrências interferem diretamente em nossa gestão do tempo e
rouba-nos momentos precisos. Por isso, merecem atenção na hora em que resolvermos
planejar nossa vida.
Os
“tira tempo” também são causados por nós mesmos e são os mais difíceis de
combater. Para termos noção dessa realidade é só observarmos quantas vezes nos desviamos
de nossa agenda (quando esta existe) para olharmos “rapidamente” o Facebook,
nossa caixa de e-mails e o WhatsApp, para não falarmos de inúmeros outros
atrativos virtuais. É comum pensarmos “vou olhar rapidamente minhas mensagens”
e quando percebemos, lá se foram quarenta minutos, uma hora ou mais.
Essas
atividades são exaurem as possibilidades de “tira tempo”, mas servem de exemplo
para que possamos estar atentos a nós mesmos e identificar inúmeras outras. Faça
você esse exercício e veja o que descobre.
Depois
dessas considerações é possível verificar que a gestão do tempo é de suma
importância, pois devemos considerar que tudo o que existe é composto de
energia, inclusive o tempo. Energia é vida, portanto, o tempo é vida. Quando
não temos o seu controle, não temos o controle de nossa própria vida. Não é uma
questão de agenda ou de compromissos, mas de vida e do grau de controle que
temos sobre ela.
De
forma geral, sua gestão pode ser dividida em três fases: planejamento,
confronto e avaliação.
Na
fase de planejamento, temos de realizar duas tarefas. A primeira é fixar nossos
objetivos. Nesse momento, temos de entender exatamente o que queremos alcançar.
Aqui é preciso alertar que não basta que o enunciemos, é preciso fixa-lo de
forma objetiva. Para isso, temos de saber em que nível estamos, onde queremos
chegar, quando queremos alcançá-lo e o que pretendemos fazer para que isso se
torne realidade. Por exemplo: hoje moro no bairro
X (onde estou); em dezembro de 2016 (quando)
estarei morando no bairro y (onde
quero chegar). Para isso, farei um
investimento de 24 meses, venderei minha casa atual, comprarei outra (como
realizarei o objetivo). Muitas vezes, ao organizar o pensamento dessa forma,
vemos que estabelecemos objetivos infactíveis. Daí vem a importante de se
investir atenção nesse momento. A partir desse exemplo, inúmeros outros podem
ser criados.
Ainda,
na fase de planejamento é preciso priorizar os objetivos. Priorizar é organizar
alguma coisa em ordem de importância. Assim, aqui é preciso indicar em que ordem
serão cumpridos os objetivos e destacar aquele que é mais importante alcançar.
Muitas vezes, quando fazemos essa priorização, concluímos que traçamos muitos
objetivos, ou poucos, ou que alguns deles não são importantes. Essa fase serve
para balizarmos nosso planejamento.
Uma
boa forma de realizar essa tarefa é escrever todos os objetivos e, nesse
primeiro momento, não se importar com mais nada. Apenas escreva. Depois, sim,
faça, também por escrito, sua priorização. Feito isso, descarte aqueles que não
forem prioritários. Eles servem apenas para roubar o seu tempo. Por fim, estime
o tempo para a realização de cada um.
Essa
técnica serve também para a organização de atividades e não apenas de objetivos
que tendem a ser de médio e logo prazo. As atividades são as tarefas que devemos
desenvolver no período de um dia, uma semana. Use essa mesma metodologia para
organizá-las e aprecie o resultado. Quando for lista-las, liste inclusive
aquelas destinadas ao lazer. Por exemplo: 18h00 – verificar o Facebook – tempo:
30 minutos.
Para
que seu planejamento seja efetivo, utilize as seguintes chaves:
·
Planeje no dia anterior: construa hoje a
agenda de amanhã.
·
Priorize e ajuste as atividades ao tempo
disponível: não existe mágica. Em média temos 12 horas de vigília por dia,
dessas, 8 são realmente úteis. Ajuste suas atividades a esse tempo.
·
Considere que tudo toma tempo: não esqueça
que você precisa se alimentar, se higienizar, se locomover.... Todas essas
atividades devem ser consideradas no planejamento.
·
Evite inverter a ordem das atividades. Não
é proibido e nem impossível que isso tenha de acontecer. Mas evite fazê-lo.
Procure cumprir sua agenda da forma como foi elaborada o máximo que for
possível.
·
Imagine soluções alternativas: ou seja,
tenha um plano B. A vida não é retilínea e as circunstâncias não nos obedecem
como gostaríamos. Assim, é razoável pensarmos em mais de uma alternativa para
solucionar uma mesma questão.
Quando
estiver priorizando suas atividades e ajustando-as ao tempo disponível não
esqueça que a natureza é regida por ciclos vitais e de que o tempo não é
linear, mas cíclico. Tudo no universo obedece a um ciclo macro ou micro e cada
pessoa tem seus próprios ciclos. Por exemplo: existem pessoas que produzem
muito bem pela manhã, outras, pela noite. Assim, os momentos de maior dinâmica
e energia não devem ser ignorados: reserve para eles as tarefas mais complexas.
Quando atentamos para esses ciclos, aprendemos a coincidir a atividade com o
momento do dia que melhor lhe corresponde.
A
gestão do tempo possui, ainda, uma fase que chamamos de confronto. É aqui que
verificamos como as coisas estão evoluindo. Se estamos conseguindo cumprir com
o nosso planejamento. Nesse momento devemos atentar para três lei:
·
Lei do menor esforço: também conhecida
como “preguiça”, determina que façamos primeiro aquilo que é, na nossa visão,
mais fácil; aquilo que não nos tira de nossa zona de conforto; aquilo que nos exige
pouco gasto energético. Cuidado! O necessário, sem sempre é fácil.
·
Lei das interrupções: está intimamente
ligada com os “tira tempo”. É a força que nos faz, literalmente, interromper
mais do que o necessário nossas atividades. É o que nos impele ao cafezinho, à
distração, à conversa inútil, entre outras coisas.
·
Lei da procrastinação: conhecida também
como “depois eu faço” ou, ainda, “amanhã eu começo”. É geralmente aplicada às
tarefas complexas e que exigem de nós todos os nossos recursos.
Preste
atenção, agora!
No
confronto é preciso ver a influência dessas leis na execução de nosso
planejamento e agir imediatamente para corrigir seus efeitos. Uma forma de
fazer isso é identificar os trabalhos “ponta de lança” que são aqueles que
podem ser realizados a qualquer tempo. Eles podem ser movimentados no âmbito da
execução. Outra dica é identificar os trabalhos “elefantes”. Eles são as
maiores vítimas das leis da interrupção e da procrastinação porque são
complexos, grandes, difíceis. O melhor a fazer nesse caso é fatiar o elefante
várias vezes. Isso lhe dará várias atividades menores, que podem ser executadas
com maior facilidade, ao invés de uma grande e complexa.
Outra
coisa que é preciso aprender para ter uma boa gestão do tempo é gerenciar o
imprevisto. Imprevistos ocorrem, ponto. Não é possível evita-los cem por cento.
Por isso, a necessidade de gerenciá-los. Quando surgirem, pergunte:
É
importante? Se é, considere. Se não, descarte.
Sou
eu quem devo fazê-lo? Se sim, considere. Se não, descarte.
Devo
fazê-lo agora? Se sim, considere. Se não descarte.
Posso
fazê-lo considerando minhas outras prioridades? Se sim, faça imediatamente. Se
não, reveja as prioridades e adeque o imprevisto de forma a resolvê-lo na ordem
correta de importância.
Fazendo
essas perguntas, você verá que a maioria dos imprevistos não lhe cabe resolver.
Verá o quanto temos a tendência para fazer o que não nos compete, invés de nos
atermos às nossas responsabilidades.
A
última fase da gestão do tempo é a avaliação. No caso das atividades diárias, significa rever a agenda no final do dia e verificar o que foi feito, o que não
foi feito, o que foi reorganizado e por que de tudo isso. É importante
verificar se você conseguiu adequar as atividades ao tempo, se a priorização
foi bem feita, se os ciclos foram respeitados na medida do possível e quanto
houve de procrastinação ou de interrupção. Visto isso, aja para que não volte a
ocorrer e não esqueça de que neste ponto da história não podemos fugir do
planejado com o pretexto de falta de tempo.
Essas
fases, apresentadas de maneira didática, é apenas um plano para organizar o
pensamento. Essa organização se destina a nos proporcionar o hábito de
gerenciar o tempo, uma vez que não é natural fazê-lo. Todavia, não devemos
esquecer que essa gestão não é um conjunto de fórmulas, mas uma atitude vital.
Considerando que “vital” significa “aquele que traz vida”, gerenciar o tempo é
vida também e não uma questão esquemática.
Por
ser uma atitude vital, para administrar o próprio tempo é necessário estar
decidido a fazê-lo. Você precisa querer fazer isso e imprimir toda a sua
vontade nessa atividade.
Outra
coisa, como não existe fórmula única, pronta e definida. Cada pessoa gerencia seu
tempo conforme sua natureza e estilo, considerando, inclusive, seus ciclos.
Isso não significa não gerenciar, mas gerenciar de forma exclusiva. Lembre-se: não
existe modo certo ou errado.
Ainda,
quando falei dos benefícios da administração do tempo, lembrei o paradoxo que
isso envolve: é preciso dedicar tempo à gestão tempo de modo a ter mais tempo!
Finalmente,
desejo a você o que nos desejou o Cristo: que tenha vida e vida em abundância. Ou
seja: tenha tempo em abundância!
#casaeeuterpe #tempo #administração #controle #chronos #kairos #vida
Comentários
Postar um comentário