O Verdadeiro Ecletismo - Casa de Euterpe
Sou graduada em Direito e passei parte
da vida acadêmica estudando diversas correntes de pensamento. Em diversas disciplinas
é fácil verificar que existem pelo menos três vertentes de ideias, sendo uma
delas geralmente denominada eclética. É corriqueiro constatar que a chamada
corrente eclética é um meio termo entre as duas outras, quaisquer que sejam
elas. A esta última, eu e os demais alunos recorríamos quando estávamos em dúvida
e comumente agradávamos, pois não havia dissenso quanto a ela.
Outro fato observável é relativo às
nossas preferências. Quando questionados acerca de nossas predileções musicais,
por exemplo, é comum respondermos que somos ecléticos. Com isso queremos dizer
que gostamos de diversos gêneros, que quase tudo nos agrada. Isso se repete em
relação a filmes, livros etc.
Assim, atualmente, o conceito de
ecletismo deriva para significar preferências diversas. Em outras palavras,
deriva para significar falta de definição. Quando afirmamos que somos ecléticos,
queremos dizer que gostamos de qualquer coisa.
Essa postura, no entanto, jamais denotou
ecletismo. Quando muito, indica insegurança, desconhecimento, indefinição.
Jesus, o grande Mestre nazareno, diz no
livro do Apocalipse: “Assim, porque és
morno, e não és frio nem quente, vomitar-te-ei da minha boca” (Apocalipse
3:16).
Ensinou-nos o Messias a termos definição,
postura decidida perante a vida. Ensinou-nos não a ser cinza, mas branco ou
preto; não a ser morno, mas quente ou frio.
Dessa forma, o verdadeiro ecletismo não é
estarmos sempre “em cima muro”. Ao contrário, o verdadeiro ecletismo exige que tenhamos
atitude e tendo feito nossa escolha, respeitemos a opção do outro.
Eclético, portanto, é aquele que se
posicionando, aceita e respeita profundamente os demais posicionamentos, ainda
que diametralmente opostos ao dele. Gostando no negro, aceita e respeita todos
aqueles que preferem o branco. Gostando de rock, aceita e respeita quem prefere
música erudita, sertaneja, MPB...
Evelyn Beatrice Hall, escritora britânica
(1868 – após 1939), deixou-nos um grande exemplo do verdadeiro ecletismo ao
preconizar: "eu não concordo com uma
palavra do que você diz, mas defenderei até a morte o direito de dizê-las".
É isso. Ser eclético não é ser
indefinido e concordar com tudo. Não é viver ao sabor da maré das opiniões,
mas, sim, assumir posições perante a vida e entender e respeitar todas as
outras. É viver e deixar viver.
#casadeeuterpe #ecletismo #verdadeiroecletismo
#casadeeuterpe #ecletismo #verdadeiroecletismo
Muito bem colocado, muita gente confunde ecletismo com,'assim não tenho que discutir', pois a norma hoje é ser politicamente correto e não questionar ou debater temas que sejam considerados polêmicos. Sobre este tema me lembrei de um ótimo filme cujo título em português é: Idiocracia. Vale muito a pena assisti-lo. Grande abraço.
ResponderExcluirFalso Ecletismo ou Resiliência? Sincera dúvida!
ResponderExcluirA resiliência, Ellen, é a capacidade que temos de lidar com problemas, superar obstáculos ou resistir à tensão. Ser resiliente não significa ter posição definida e vice-versa. Creio que a situação ideal é ser resiliente E eclético.
Excluir